O olho mágico de Sidney de Almeida

Aos 30 anos, esse oliveirense já é um grande veterano como profissional da imagem. Além do rotineiro serviço diário, Sidney desenvolve um requintado trabalho artístico, que nos últimos dois anos tem lhe valido o título de um dos mais talentosos fotógrafos do Estado. E mais uma vez tem um trabalho classificado entre os oito melhores, no mais abrangente e difícil concurso de fotografias de Minas. É com Sidney de Almeida que conversamos, nesta entrevista.
Sidney de Almeida / Foto: Davit Gimenez
Foto: Davit Gimenez


Gazeta - Para você, o que é fotografar?
Sidney - É trabalho, amor e um grande prazer. Depois que aprendi e entendi o que é a fotografia e sua importância, ela se tornou parte da minha vida. As pessoas já ligam meu nome com fotografia.

Gazeta – A fotografia sempre fez parte de sua vida? Quando começou sua história como fotógrafo?
Sidney - Desde criança estou nesse meio. Meu pai já trabalhava com foto e vídeo. Então tive contato cedo com as imagens. Hoje ele lida totalmente com vídeo e deixou os cliques para mim. Meus primeiros trabalhos são em vídeo. Mais tarde fui aprendendo e apreciando a fotografia e não teve volta. Considero-me fotógrafo profissional, ciente do que estou fazendo e com conhecimento para isso há 13 anos.

Gazeta - O que é preciso para ser um bom fotógrafo?
Sidney - Penso que paciência, técnica, paciência, criatividade, paciência, bom humor (risos). Há que se saber lidar com a luz, com o espaço, com as pessoas. Há que se reinventar a cada imagem, buscar um novo ângulo, sempre uma forma inovadora de olhar e passar a mensagem para o leitor da foto. Mas a paciência é fundamental. Os clientes dizem que sou muito calmo (risos). Isso é bom. A técnica é importante para saber resolver as dificuldades de cada dia. Bom humor é fundamental.

Gazeta - Como você adquiriu seus conhecimentos sobre fotografia?
Sidney - Somos autodidatas. Meu pai começou fascinado com cinema, foi pesquisando, passou pela foto e hoje domina o vídeo. Eu aprendi com ele, depois fui com minha curiosidade. Hoje leio muito. Há muito material interessante e livros voltados para fotografia. Sempre há algo para aprender e hoje as fontes estão mais acessíveis.

Gazeta - Neste contexto, o que é uma boa foto?
Sidney - Penso que a boa foto é aquela que transmita a mensagem e que seja documento histórico familiar também. Que tenha estética, que conte uma história, que seja bela e mostre algo para os que virão. Eu quero que os filhos e netos dos casais que fotografo entendam o que está acontecendo na cerimônia de casamento. Eu quero que outras gerações compreendam como era nosso Carnaval, Semana Santa, Congado. Uso essa minha forma de escrever.

Gazeta - Quando a fotografia deixa de ser um trabalho e se transforma numa arte?
Sidney - É aquela história: trabalhe no que você gosta. Quando a gente encontra isso, esse resultado artístico vem de forma natural. Claro que a gente busca sempre mais no resultado. Acho que a arte está nessa busca.
Sidney: “Sou um fotógrafo da beleza”. Foto: Galdino Almeida
Sidney: “Sou um fotógrafo da beleza”. Foto: Galdino Almeida

Gazeta - Nos últimos dois anos você tem se destacado em um concurso de fotografia de âmbito estadual, que envolve grandes artistas da imagem, sobre tema relacionado às paisagens mineiras. Como tem sido esta experiência?
Sidney - Eu fiquei muito satisfeito com a seleção das minhas fotos. Na primeira participação me pareceu um reconhecimento além na nossa região – já que aqui as pessoas já acompanham e gostam do trabalho. Então foi uma expansão, um reconhecimento externo que me deixou feliz. Ser finalista dois anos consecutivos foi surpreendente. É um concurso prestigiado e recebe fotos lindas de vários cantos dessa bela Minas Gerais. Fiquei muito surpreso e grato. Gosto de colocar minha cidade lá em destaque também. Sempre que vejo materiais de outros lugares já penso em colocar Oliveira e as cidades que atendendo. Fiquei muito satisfeito com a adesão das pessoas. É gratificante ver que estão reconhecendo e apoiando seu esforço.

Gazeta – A que você deve o seu sucesso profissional?
Sidney - Se hoje tenho uma profissão e um caminho, agradeço muito à minha família, meu pai e minha mãe, que sempre me apóiam, chamam minha atenção para algo que não está certo e estão sempre comigo. Agradeço muito a eles e a todos que gostam do trabalho. Eu sempre tenho essa ideia de mostrar coisas boas que acontecem hoje. A gente vê muita notícia ruim, muito sensacionalismo com algumas coisas e eu procuro seguir as coisas boas que devem ser mostradas. Às vezes tenho que encontrar beleza onde, a princípio, não havia. Há os fotógrafos de colunas policiais, guerras, essas coisas todas. Eu sou um fotógrafo da beleza.

Publicado no jornal Gazeta de Minas, 21 de abril de 2013, páginas 01 e 13

Comentários