Num trecho do caminho até a loja, encontro com uma turma que resolveu ligar o som no passeio da rua e no ultimo volume. A trapalhada era suficientemente alta para fazer tremer os vidros das casas vizinhas. Um fankzinho da pior qualidade. Ninguém merece. Penso que o ambiente que convivemos e as coisas que escutamos, de alguma forma, influenciam nossa vida. Há algum tempo venho classificando as músicas que ouço. Excluí algumas. Tem umas trilhas que puxam a gente pra baixo. Outras operam verdadeiros milagres! Pense numa música daquelas grudentas te puxando pra baixo durante dias. A turma na rua não usava camisa. Só aquelas bermudas esquisitas e bonés. Não pareciam lá muito felizes. O som também não ajudava. Não precisava expor os vizinho a aquela tortura. Se querem se matar usem fones de ouvido.
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Mas cada um com o feitio que Jó lhe deu. Só quem aprecia entende aqueles que, por exemplo, admiram seus carros. Outros cultivam sua paixão por coleções. Há ainda os que se enamoram da fotografia, e aqui me incluo. Não é muito fácil explicar a admiração do autor por um retrato feito com uma fixa de 50mm 1.8 toda aberta. Para os leigos, a foto tem uma "coisa". Para o fotógrafo ela é mágica. Só quem entende sabe apreciar outra imagem, com aquele belo DOF característico das 2.8. Qualificar aquela luz difusa, usada com tal habilidade que é até difícil de explicar. Lembrou-me nosso amigo fotógrafo Ítalo, o Veinho, lá de Pouso Alegre. Indagado sobre o motivo de não preparar seu equipamento fotográfico ao invés de ficar brincando de karaokê frente a uma pasta cheia de letras de músicas ele explica: "Cada um com seus problemas".
A paixão pela Fotografia não faz mal a ninguém. E não venha chamar funk de Música.
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